A VIDA POR UM FIO. LITERALMENTE…
Publicado dia 19 de Julho de 2022.
Autor: Evandro Lopes.
Você conhece essa expressão?
Ela é evocada para descrever situações onde sentimos que estamos em maus lençóis. Geralmente, quando o risco de dar merda é grande ou até mesmo em situações mais sérias, como risco de morte.
Nos últimos tempos esse ditado esteve povoando minha mente e teve dois sentidos.
O primeiro foi o citado acima. Apesar de não ser a minha, era como se fosse. Meu pai teve um diagnóstico inesperado, porém previsível, de uma doença aterosclerórica que representava um grande risco para sua vida. Previsível porque se tratava de uma doença congênita, mas que apesar dos check-ups semestrais há vinte anos com o mesmo cardiologista, nunca se diagnosticou esse quadro. Obrigado por sua competência, Dr. Fernando.
O segundo sentido foi focado na solução. Para reparar os danos causados pela doença, meu pai teve que passar por uma angioplastia para o implante de três stents nos locais das lesões. A vida do meu pai dependia de um fio que entrava pelo braço e iria até o coração implantar as “molinhas”.
E assim foram os meus últimos dias. Andando por um fio e dependendo de um fio.
Entretanto, acredito que a grande lição que aprendi durante essa fase foi o valor das relações. Não tenho palavras para descrever minha gratidão por uma imensidão de pessoas que estiveram ao meu lado. Em todos os momentos decisivos, onde precisei de algum tipo de ajuda, pude contar com pessoas que se mobilizaram para ajudar. Desde a decisão sobre o procedimento e o corpo clínico até nos momentos onde precisava, simplesmente, de uma companhia para almoçar, sempre estive amparado. Isso realmente foi incrível! Muitas orações, boas energias e ligações com palavras positivas marcaram esse momento e moveram a mim e meu pai para o sucesso diante desse momento. Olhem a foto do “vô Pedro” logo depois do procedimento. Tava até mais corado.
Como isso é forte e importante, principalmente quando você nem imagina o quanto é cercado por pessoas que realmente se importam contigo.
Hoje, só consigo afirmar uma coisa: é em um momento como esse que você entende quem você é e por quem está cercado.
Outra afirmação importante: na iminência de um possível final, a vida se resumiu a um “fio”, três “molas” e o mais importante, o AMOR.
Surpreendentemente ou não, o saldo da minha conta e os carros que tenho na garagem não foram decisivos nesse momento.
Pense nisso…
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